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SOBRE A EXPOSIÇÃO

SERTÃO ÍNTIMO

No início do processo criativo todo artista é forasteiro da paisagem. O encantamento seduz e aproxima; a pesquisa e o método definem a composição, estruturam a forma e os volumes, elegem os espaços afetivos que estruturam a ação artística. Assim, a obra nasce, fruto dessa curiosa simbiose entre a paixão e a racionalidade. Esse é o conceito primordial do processo criativo da dupla de artistas Allan Souza Lima e Jota Andrade.

No primeiro olhar, o espectador encontra a força da imagem fotográfica. Ela nos revela o solo árido, a arquitetura precária, o cotidiano discreto; na sequência surgem delicadas interferências poéticas, "fragmentos de um discurso amoroso"¹, que nos convidam para percorrer caminhos de descobertas e encantamentos.

 

A ação fotográfica capta e congela momentos fugidos da paisagem. Essas fotografias dão início a um processo de seleção e edição das imagens. Sobre elas a dupla de artistas incorpora a luz, as frestas e as janelas por onde a obra transcende o campo bidimensional e se projeta como objeto híbrido, atuando na interseção do real e do imaginário, do externo e do íntimo, do plano e do volume, da luz interior que projeta céus abertos e mares profundos, "DeepSea", como a dupla de criadores se define. 

 

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Diante desse cenário, dessa paisagem e dessa arquitetura construída, ermidas, cobogós, portas e janelas, valas, caveiras, objetos do cotidiano, compondo o repertório de um trabalho que se apropria da factualidade geográfica para produzir beleza, mistério e inquietação. O tempo rege o espírito de construção da obra. Assim, o sertão geográfico amplia seus horizontes e nos revela um ser-tão íntimo, que habita em todos nós, no desvão da nossa arquitetura humana, no gesto e no corpo que paira sobre essa paisagem de ausências.  

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A atuação profissional dos dois artistas na área da representação teatral e da cenografia valoriza a criação conjunta. Ela é essencial para revelar o processo construtivo determinado pela clareza da composição fotográfica e a delicadeza das interferências luminosas ou pictóricas que criam uma agradável sensação de harmonia e integração espacial. Aqui, tudo opera na direção do encantamento e do mistério. Trata-se, portanto, de um trabalho que incorpora diversos saberes dentro das expectativas da arte contemporânea e se afirma também como obra aberta, com vastos caminhos a serem percorridos.

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1 Roland Barthes

Marcus de Lontra Costa
Crítico & Curador
Obra Ermida (acesa)

ERMIDA

Impressão em papel soft matte 100% algodão

74 cm x 245 cm

A Morte em 3
A Morte em 3

AS COVAS

72 cm x 102 cm

A TERRA

73 cm x 103 cm

A MORTE EM 3

Impressão em papel soft matte 100% algodão

A CABEÇA DO GADO

103 cm x 73 cm

FRONTEIRAS

Impressão em papel soft matte 100% algodão

100 cm x 124 cm

Fronteiras
Fronteiras

LUNAR

Impressão em papel metálico

112 cm x 58 cm

Lunar
Lunar

CERCADOS

Impressão em papel metálico

73 cm x 103 cm

Cercados
Cercados
Igrejinhas
Igrejinhas

IGREJINHAS

Impressão em papel metálico

15 cm x 20 cm

MEMÓRIA

Impressão em papel soft matte 100% algodão

73 cm x 103 cm

Memória
Memória
Cangaço Novo
Cangaço Novo

CANGAÇO NOVO

Impressão em papel soft matte 100% algodão

72 cm x 102 cm

COBOGÓ

Impressão em papel soft matte 100% algodão

141 cm x 112 cm

Cobogó
Cobogó

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